Quer uma leitura divertida? Minha sugestão é esse livro de Mário Prata. São crônicas engraçadíssimas, selecionadas pelo próprio autor, que falam sobre sexo, mulher, futebol, cotidiano, entre outros temas. O tamanho do livro pode até assustar (375 páginas), mas as crônicas são tão ligeiras que leitura flui da mesma maneira.
Se você nunca leu nada do autor, essa é uma boa pedida para conhece-lo.
Fiquem com uma de suas crônicas.
Minha Vizinha Divina, Maravilhosa
Ao lado do meu prédio construiram um enorme edifício de apartamentos. Onde antes eram cinco românticas casinhas geminadas, hoje se instalaram mais de vinte andares. Da minha sala, vejo as varandas (estilo mediterrâneo) do novo monstro. Devem distar uns trinta metros, não mais.
E foi numa dessas varandas que o fato se deu.
Cheguei tarde em casa, depois de uma noitada na casa de uns amigos. Talvez eu tenha tomado uns uísques a mais. Não me lembro bem. Mas, para minha surpresa, ela estava lá, na varanda do prédio ao lado.
Assim que acendi a luz da minha sala, vislumbrei a mulher na varanda. Imediatamente apaguei a luz. Se ela me visse, sairia dali, entraria. Apaguei a luz e abaixei um pouco a cortina. Voyeurismo e mixoscopia, quem não há de?
A mulher parecia dançar. E aparecia estar nua. Era iluminada apenas por uma tênue luz que vinha lá de dentro do apartamento dela. Não conseguia ouvir a música, mas que ela dançava eu não tinha dúvida.
Para quem aquela mulher dançava àquela hora da madrugada? Para mim, claro. Era alta, devia ter uns um e oitenta de altura. E os cabelos então? Enormes, esvoaçantes, sensuais, encaracolados, talvez. O cabelo subia e descia sobre os seios que eu já estava quase a ver.
Procurei o binóculo do meu filho e nada. Entrei no quarto dele e, sem o acordar, tentei ver se a posição pela janela dali era melhor. Era. E, se era, do banheiro seria melhor ainda. Fui para o banheiro, coloquei uma cadeira em cima da banheira e fiquei lá, no escurinho do meu cinema, me equilibrando e vendo a dança do ventre da minha vizinha mal iluminada. E gostosa. Como era gostosa a minha vizinha.
Como é que eu não sabia que uma figura daquela tinha se mudado para a minha visão? Sim, o apartamento havia sido ocupado naquela semana. Durante as tardes gosto de ficar olhando os vizinhos. E eles a mim.
A impressão é que ela dançava junto com o vento. Ventava um vento quente de primavera. Como dançava bem, como remexia as melenas desgrenhadas de um lado para o outro...
Eu já estava empoleirado lá no banheiro há bem mais de meia-hora e a mulher não parava de dançar. Pensei em pegar uma lanterna e iluminar tudo. Mas aí perderia o encanto, o canto dos ventos, o cantar dos seus cabelos e ela iria entrar. Ia me descobrir e talvez nunca mais me oferecer aquele espetáculo mágico e noturno.
Já que estava no banheiro, tomei um banho, coloquei meu pijama de seda dourado (presente da Eugénia de Melo e Castro), tomei meu Lexotan e fui dormir. Tentar dormir.
Não conseguia. Depois de mais meia-hora dei uma levantadinha e fui olhar. Incrível, ela ainda dançava. Agora mais freneticamente ainda. Requebrava os quadris como nunca.
Na manhã seguinte acordei e a primeira coisa que fiz foi ver se ela ainda estava lá. Estava. Juro. E ainda dançava.
Só que não era nenhuma mulata escultural como eu imaginava. Ela uma maravilhosa samambaia presa no teto da varanda que escorregada seus galhos e suas folhas até o chão e dançava sim, embalada pelo vento matinal da primavera.
Ainda agora, escrevendo esta crônica, olho para ela. E ela para mim, como se a balançar o braço, me chamando para um amor ecológico.
Anseio pela noite que vem aí. Ela sabe que eu vou estar na janela. Desta vez de luz acesa, sem disfarces. Se eu tiver coragem, hoje de noite eu a peço em casamento. Depende das doses de uísque.
PS - Acabo de descobrir, no Aurélio, que samambaia também é conhecida como sambambaia. Taí a explicação.
Obrigada pela dose de otimismo logo pela manhã...a crônica é deliciosa!
ResponderExcluirBom dia, querida, um beijo.
Oie, querida
ResponderExcluirJá li muitas coisas do Mario Prata, é um dos meus prediletos, seus livros fazem a gente rir sozinho.
Muito boa sua dica.
bjs e um otimo dia
Aly pasa por mi blog de premios y regalitos para que compartamos algo lindo. bsts. Lula ;O)
ResponderExcluirNão conheço esse autor, vou buscar conhece-lo, afinal depois desta crônica onde ele passou a noite enamorado de uma samambaia,fez me rir e despertou minha curiosidade pelos demais escritos.
ResponderExcluirAbraços
hahahahaha
ResponderExcluirMuito boa essa crônica,tive que rir!
Agora acho que entendi,um bilhetinho que ha muitos anos atrás,a faxineira deixou na minha cômoda.
Era assim: D.Patricia,tá tudo limpinho,quebrei a sua facinha,mas aguei a sua sambambara!
Oi????????
kkkkkkkkkkkkk
Aali,li o seu coment lá no blog e fiquei emocionada por você compartilhar a sua experiência comigo.Não sei o que é um nódulo de transição,mas de qualquer forma,imagino o susto e angustia que deve ter causado.Graças a Deus,ele ficou quietinho e você está bem e com certeza assim continuará.
Você é uma linda pessoa,gosto de gente que não tem medo nem pudores em compartilhar a sua vida.
Obrigada por me permitir fazer parte dela!
beijos enormes
Patricia Petro
essa crônica,tive que rir!
ResponderExcluirobrigada pela visitinha tenha uma linda noite bjo
Olá amiga querida!
ResponderExcluirObrigada por divulgar,o Dom está realmente precisando!!!!
bjosssssss
Muito obrigado por sua visita ao meu blog.
ResponderExcluirUm beijinho.
Hola Aly. te cuento que el nombre de mi blog se lo debo a mi hermano. el siempre esta diciendo palabras un poco extrañas. y un día dijo esta. a mi nunca se me olvido y pensé. va a servir para algo, y aquí esta. creo que mi blog tiene uno de los nombres mas raros que existen. por eso firmo como Lula . la parte central del nombre. que tengas un lindo fin de semana. lleno de luz y de mucha paz y alegría. cariños y bsts para ti.
ResponderExcluirLula ;O)
Menina
ResponderExcluirA-do-rei a dica \o/
Amanhã vou a uma palestra na Cultura, já viu né?
Beijos, contos, encantos e crônicas pra vc :)
Me senti tão a vontade que esqueci...
ResponderExcluirAmei sermos alma gêmea de descrição do "Quem sou eu" e obrigada pela visita, comentário, carinho...
Seguindo :)
Bacanaaa! Gostei da dica!...
ResponderExcluirKKK...Muito divertida essa cronica!O que não faz a imaginação!...rss...adorei sua dica tb!Mario Prata é mesmo um grande escritor!Bjs,
ResponderExcluirAh essa cronica me pareceu ser ótima
ResponderExcluirEntão estava visitando alguns blogs e encontrei o seu blog adorei...
Já estou seguindo
http://marifriend.blogspot.com/
@Storieandadvic
Espero sua visitinha, adoraria que você seguisse também.
Beijo
Eu morri de rir com as crônicas deste livro. Tenho certeza que vocês vão adorar!
ResponderExcluirBjoks