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terça-feira, 30 de dezembro de 2014

FELIZ 2015!!!

Receita de Ano Novo

Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)
Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumadas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.
Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.
Carlos Drummond de Andrade )
(Discurso de primavera e algumas sombras. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1979, p. 115)


Que 2015 venha cheio de boas surpresas para todos nós!!!
Bjoks

domingo, 6 de julho de 2014

Quibe Vegetariano





Quibe Vegetariano

Ingredientes:

250g de trigo para quibe
2 cenouras raladas finas
1 xícara de hortelã picada
1 cebola média cortada em pequenos cubinhos
1 inhame pequeno
4 colheres (sopa) de shoyu

Preparo:

Coloque o trigo em uma bacia com água quente, para hidratar, por 1 hora.
Coloque o trigo em um pano de prato e esprema até tirar a água.
Cozinhe o inhame com água e sal.
Misture o trigo, o inhame cozido, a hortelã, a cenoura, a cebola e o shoyu.
Tempere a gosto.
Faça bolinhas e coloque em um tabuleiro untado com azeite.
Asse em forno 220cº por aproximadamente 30 minutos.

*     *     *     *

É fácil, rápido e fica uma delícia! Recomendo!


sábado, 21 de junho de 2014

Dica de Leitura: Por um Fio - Dráuzio Varella




São histórias reais de pacientes que receberam o diagnóstico de câncer, seu comportamento e de suas famílias, a convivência com a doença e a eminente perspectiva da morte. Dráuzio Varella narra sua experiência como um dos primeiros médicos a cuidar de pacientes com câncer em uma época que evitava-se até mesmo mencionar o nome da doença, em que os pacientes terminais eram simplesmente mandados embora para casa porque nada mais poderia ser feito.
 Não há como ler os contos e não se colocar na vida dos pacientes/personagens, se emocionando e sentindo junto com eles.
Li em um dia e adorei! Uma verdadeira reflexão sobre a vida.


*      *      *

" Imaginar a morte como um fardo prestes a desabar sobre o nosso destino é insuportável. Conviver com a impressão de que ela nos espreita é tão angustiante que organizamos a rotina como se fôssemos imortais, e, ainda, criamos teorias fantásticas para nos convencer de que a vida é eterna."

                                                                                  Por um Fio - Dráuzio Varella





OBS: Não sei porque, mas o texto que escrevi está aparecendo com um fundo branco. Peço desculpas, mas não sei como corrigir isso

sexta-feira, 7 de março de 2014

Manifesto dos 40 anos

Sabe como a gente descobre que uma pessoa está fazendo 40 anos? Pelo sorriso. Não é o sorriso explosivo dos primeiros 15 aniversários. Ou o sorriso comportado que acompanha a data até mais ou menos os 30 anos. Ou o sorriso preocupado das comemorações seguintes. O sorriso de quem faz 40 anos não é bem um sorriso. É um troço congelado no rosto, dois lábios que se alongam sem querer exatamente sorrir.

É mais ou menos nesta época que a gente se dá conta de duas coisas:

Nosso corpo não é mais o mesmo. Ele vai se desfazendo, como um sorvete sob o sol. Aparece uma barriga que a gente não sabe de onde veio, e que não pretende ir a lugar algum.
Nosso rosto não é mais o mesmo. Às vezes diante do espelho eu vejo uma mulher de 40 anos, e tenho que me lembrar de que ela sou eu.

Tem algo mais que acontece quando se faz 40. É a noção de que se não formos atropelados por um carro ou por um câncer estamos chegando na meiuca da vida. Em algum momento próximo a ampulheta vai começar a ter mais areia embaixo do que em cima, e isso muda tudo. Dá vontade de correr na direção contrária da escada rolante. Fazer as coisas que a gente tinha deixado pra depois, porque o depois chegou.
No meu caso eu voltei a escrever. Aprendi a fazer peru de Natal. Comecei a meditar. E pra manter a forma arranjei um professor de ginástica de Kosovo. Aquele homem grita MOOVING no meu ouvido como se estivesse na guerra, e eu corro pra qualquer lado com medo de perder o bonde pro campo de refugiados.
Mas existe uma coisa que vai além de todas essas. É algo que eu sempre quis responder, mas estava ocupada demais sendo jovem, onipotente e supostamente imortal: como é que a gente faz pra ser uma pessoa mais legal do que aquela de 20 e 30 anos?
Se eu pudesse encontrar a mulher que fui no passado seria pra encher a bunda de palmada. No processo de me tornar adulta eu machuquei muita gente. Tenho amigos que não ouvi, colegas que magoei. Ex-namorados que até hoje correm de mim, sabe-se lá se eu carrego alguma faca. O leite já foi derramado, e não adianta chorar. A boa notícia é que sobrou metade no copinho.
E é isso o que passou a importar pra mim aos 40 – como é que eu faço pra não derramar a metade do leite que sobrou no corpinho? Como é que a gente faz pra ser uma pessoa melhor?
Não é só fazer ioga e dar bom dia pro porteiro, porque dar bom dia pro porteiro é fácil. O difícil é não discutir com a mãe. Ter paciência com os filhos. Não brigar com o marido. Deixar de falar mal do chefe, deixar de falar mal de seja lá quem for, mesmo que a pessoa mereça muuuuito. Não deixar os pinguinhos de xixi na tampa do vaso do restaurante. Não xingar o cara que te cortou no trânsito. Difícil (isso é praticamente impossível) é tratar bem a operadora de telemarketing, e a infeliz da vendedora que recebeu o carma de te seguir pela loja.
São estas as minhas prioridades a partir dos 40. Se eu consigo fazer alguma delas fico um pouco mais em paz, e é isso que a gente começa a buscar quando fica mais velho: a gente quer um pouco mais de paz.
Quando essa paz aparece o sorriso de uma pessoa de 40 anos deixa de ser congelado pra se tornar sincero. Não é de todo ruim, pensamos, e os lábios se abrem um pouco mais. A gente só tem que tomar cuidado pra não apertar os olhos enquanto ri, que é pra não despertar as ruguinhas dos lados.

Martha M. Batalha